quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Quem sabe, Caetano

Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza

Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa

Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água

Ondas, desejos de vingança
Dessa desnatureza
Bateu forte sem esperança
Contra a tua dureza

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa

Um amor assim delicado
Nenhum homem daria
Talvez tenha sido pecado
Apostar na alegria

Você pensa que eu tenho tudo
E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito esta queixa

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Ele é Dom Casmurro

Para meu amor que desistiu de entrar agora pouco.



É mais complicado mudar uma história que está escrita. Sempre acontece de inventarem milhares de versões. Um clássico. Uma garota romântica demais para o mundo depois de 100 anos passados. Uma história quase lá mas que talvez poderá dessa vez ser escrita por aquela que passou por todos os pesares de seu grande amor, digamos, acreditar que é um corno, como em Dom Casmurro.

Eu hoje adoraria dizer que o fiz. Seria mais satisfatório após saber que uma mentira pode destruir a alma da pessoa mais amável que se pôde conhecer. Seria melhor apenas por não perder o que amei tanto por algo que jamais aconteceu. Seria menos pior porque eu saberia, talvez assim, me calar pois seria merecedora de tal dor.

Conheço meus passos, sempre gritei meus porquês mas admiti meus erros e tive a sorte de poucas consequências. Sei bem do meu pouco tempo e a falta de experiência. Ainda nem posso passar para o país tão europeu que nasci ao lado. Dei sorte? Bom, faz 40 graus aqui. Posso reclamar tanto mas por um tempo (na vida de alguém de 17 anos, 4 meses sempre parece ser alguma coisa) agradeci por ter nascido aqui. Foi quando nos conhecemos como homem e mulher antes de ele começar com suas paranóias. É claro que seria um bom motivo para ter ciúmes, mas ele acabou com a minha "vida".

Na verdade nunca acreditei em Capitu. Acho que nenhum leitor teve a oportunidade de realmente ficar a favor dela enquanto lia a história, ou mesmo depois. Pois é, há cem anos essa mulher poderia ser apenas o fruto de uma imaginação de "gênio" brasileiro, assim como poderia ter sido uma desgraçada, ou apenas uma mulher como eu. Nem sou uma mulher mas isso não importa tanto assim nesse ponto da conversa.

Me apaguei muito a alguns talvezes para explicar o porque da minha insistência. Eu gostaria de morrer junto a ele, pra que quando ele estivesse chegando ao céu, e visse o filminho da vida dele, eu visse a cara dele ao descobrir que um dia se enganou com uma coisa que fez tudo se tornar um inferno. Se fosse antes seria até melhor, sabe? Pra que ele deixasse de sofrer, se arrependesse do que fez e voltassemos a sorrir juntos antes de chegarmos às nuvens. Ou talvez apenas porque meu ego tenha sido ferido brutalmente.

Posso cantar "tive sim outro grande amor antes do teu, tive sim" de mais um gênio brasileiro (esse sem aspas porque acredito), para que ele ouça repetidamente a verdade. Que a minha verdade é que ele ainda é a pessoa (infelizmente) que eu gostaria que acreditasse em mim, botasse uma fé, sabe como? Sei que me amou tanto que seria assim impossível ter deixado de sentir tão cedo. Agora sofremos os dois de saudades para deixar um sofrimento mentiroso não fingir que existe. Ela que faz a explosão de sentimentos deliciosos e medrosos de quando estamos juntos agora me sufoca mas eu sonho que seu orgulho seja menor e a qualquer hora o telefone toque.

(continua... talvez)

sábado, 22 de novembro de 2008

"Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender..."

Nunca fui muito de querer saber o que outros fariam no meu lugar. Aprendi a perguntar ao mesmo tempo que os motivos para desistência apareceram. Não adianta. Sempre soube que quando eu mesma pudesse sentir que as coisas nunca mais seriam iguais, deixaria para trás como nunca fiz antes. É cansativa a vida do vai e vem de quem ama e odeia. Qualquer ato simples de afetividade me atrai. Eu amo o amor e como meu pai e Vinicius quero viver a vida acompanhada, mesmo que assim deixe de me conhecer. Talvez não me agrade a companhia. Quem seria eu se soubesse o que é esse sentimento? Tanto faz, posso chamá-lo como quiser, eu o tenho, tive, algumas vezes e terei ainda mais. Mesmo que ninguém entenda, mesmo que seja o maior motivo para sofrer. Sou jovem demais para atrasar a passagem, provavelmente nunca deixe de ser e continue sendo uma mania. Bobagem pensar que importa, mas nisso não sou facilmente derrotada. Digamos, pelo outro, é claro que sim. Eu não me deixo derrotar, sigo... sigo... Esse ano pela falta de sorte nesse departamento, tenho um começo de vitória, nova chance. Meu amigo diz ser inválida e apenas motivo para mais preocupação se não for concluída da mesma forma. É o costume que ele tem de se dar bem com seus livros e assim vencer em algum lugar. Mesmo assim, me orgulho dele como se fosse um filho. Espero que não consigamos apenas preocupações. Enquando lê, eu me preocupo com essas besteiras que só me fazem mal por enquanto. Porque foi que eu anotei o que fiz? Minha memória não é das melhores, mas as datas realmente não importariam. Mais uma besteira, mais um ato de carinho inválido como a primeira fase do vestibular. Ai, como eu quero ir pra praia. Há anos não me preocupo em sair daqui nas férias. Se eu fosse uma baleia ou um passáro mesmo eu seria bem mais alegre. Sei bem disfarçar minhas lágrimas que desgastam tanto meu ego e alguns ouvidos. Eu juro que tento. Eu juro que vou continuar tentando. Não é nem pra mim, mas é que não tem saída.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sorte para dois

Não há motivos para mudar
As nossas verdades serão sempre opostas
Não há motivos para ajudar
Porque eu sei que nenhum de nós vai aceitar
Agora o objetivo é construir novos sonhos
Bobos (também) para não parar
Que assim talvez até dê pra acostumar
Um grande cão com nome curto
A grama alta e uns dez anos pra perceber
Que nada disso será sonho nem verdade
É só mentira pra esquecer que hoje é uma merda
Mas que se eu me concentrasse nele
Não estaria presa num como poderia estar sendo
É só tentar não odiar
Será sempre mais simples quando não tentar embelezar
ou o contrário, amor

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Gentch,

eu fico chocada.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Gênio

Ah, se eu pudesse matar
Se eu pudesse matar, mataria
Enquanto sigo a regra, morro
Não vale o matar ou morrer
Ah, se eu pudesse abortar
Se eu pudesse abortar, abortaria
Enquanto vivo, nasce
Não vale nada mas amo

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ou cale-se para sempre.

Trocando o amor pela comodidade estável
Fica fácil, fácil mas e os sorrisos?
Deixou pra trás. Eu não. Jamais.

Como uma pedra que divide o rio, me diga coisas bonitas.

Agora.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

100

She doesnt makes you write
She doesnt has any beauty
You doesnt seems to be so happy
Its just a lie from a sad man
It killed me for some time
But now i'm bored
Like when i was on your side
I wanna a present
I want you dead by the morning
I'll make her screams all day long
Because she knew it
Because she likes be a mommy
and I didn't
That's what you ever needed
And I was just a lie
And I am your lie forever
Your life
I wanna see you die
Because of me or any other hand
I'm just bored
My friend got some candy last night
You love my new black eye
And my book full of empty and dirty
You will never ever
Cause you'll be dead by the morning
And I'll hear her delicious scream

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Sonooooooo!

Besteira acreditar nessas mentiras. Mesmo a última poesia não se esquece de mim. Hoje eu vivo sem internet, o contrato é de pelo menos um ano. Não há como saber quanto tempo vai durar minha vida por aqui. Vida? Isso pode ser chamado de vida? Não foi essa concepção de viver que me passaram, nem quando criança, nem agora. Eu gosto da simplicidade, acontece que eu sou por natureza alguém exagerada. Puta merda, eu estou no curso errado. O legal disso tudo é que se talvez eu me formar como jornalista, eu não terei (provavelmente) que pagar o próximo show da Maria Rita ou sonhando mais alto, do Chico. Muito melhoria seria uma entrevista com eles. Eu não poderia ser eu. Teria que ser fria, manter o glamour dos jornalistas bem sucedidos. Eu lá penso em ser bem sucedida.

Ai, meus erros que me mantém acordada até as duas horas da manhã, muito preocupada, assistindo o programa do meu gordo predileto, quando no dia seguinte eu deveria acordar disposta para uma vida louca de informações recebidas e tentando passá-las da melhor maneira possível. E agora tô eu aqui, morrendo de sono. Na aula de editoração, coisa mais sem graça. Não sei como alguém pode escolher isso como profissão. Bom, o problema é que eu não quero planejar um jornal nesse momento. Nem escrever isso, mas fazer o que se minhas faltas estão me estrangulando?

Bláblabla. Vou para minha cidade. Lá as coisas são um pouco diferentes. Talvez seja a ilusão de ser tão maravilhoso por eu estar lá apenas uma vez por mês e isso me tornar bem recebida. Não que isso seja tão pouco. Da tudo errado quando eu tento mexer nessa página. Eu sou uma ameba mesmo. Mentira.

Bom, eu tô escrevendo um livro. Minha primeira tentativa. Tomara que pelo menos isso eu consiga terminar. Eu não consigo terminar nada na minha vida. Nem em questão de aprendizagem, como cursos, nem em relacionamentos. As coisas pra mim não acabam. Elas mudam. Eu não tive que lidar com a morte ainda. Talvez eu sofra mais do que o normal, pelo meu exagero, e principalmente pelo romantismo implantado na minha cabeça que não me deixa terminar minhas histórias.

Acabou a aula. :)

terça-feira, 22 de julho de 2008

A(o) Próxima(o)

Abre os teus armários
Eu estou a te esperar
para ver deitar o sol
sob os teus braços castos
Cobre a culpa vã
até amanhã eu vou ficar
e fazer do teu sorriso um abrigo

Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim
qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais

Vale o meu pranto
que esse canto em solidão
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas
Abre essa janela
primavera quer entrar
pra fazer da nossa voz uma só nota.

Canto que é de canto que eu vou chegar
Canto e toco um canto que é pra te encantar
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você
que explique a minha paz
Tristeza nunca mais...



Los Hermanos - Casa Pré-Fabricada

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Oração sem fé é sempre melhor ouvida-

não faz assim, meu bem
não finge que não tem
ainda motivos e carinhos
quero estampar todo meu amor
em você agora
você tem que esquecer
essa mentira mal contada
de que o amor se acabou
ansiedade me consumindo
não há por onde fugir
mas se quiser fingir
eu imploro
não faz assim, meu bem

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sweet

me divirto com os olhos de quem vê meu ao contrário
ainda melhor aqueles que se enganam
depois se esganam pra ver se sai alguma coisa que faz sentido
esqueci minha memória em cima de um livro qualquer
te ofereço o outro lado pra eu voltar logo pro meu lugar
vendo aqueles lábios carnudos murcharem depois de te tocar
os olhos preocupados em volta vão causar arrependimento nos teus
mas não vai ter volta, eu já vou ter ido
adoro ser dramática, de vez em quando, me assusto

quinta-feira, 3 de julho de 2008

wrong way-

uma, duas, três cervejas e um café com leite
muito açucar
mas a conversa não é doce
o barulho ao redor das frases mal terminadas
faz com que silencie algumas vozes agoniadas
o incrível é o sorriso que não se cala jamais
um, dois, três chicletes e um cigarro
olhos machucados pela vitória do time adversário
é melhor correr do que caminhar
assim você não chega a prestar atenção

- quer fazer o favor de parar com isso?
- com o que, meu?
- não aguento mais.
- qual a graça de morrer mais cedo?
- pra quê viver tanto?
meu psicologo diz que quando fuma se sente mais vivo.
- e você se sente também?
- ah, sei lá. eu gosto e já não consigo parar.
- dá pra vocês calarem a boca que eu não consigo escutar?
- por favor!
- vamos caminhar?
- você sabe que eu não gosto disso.
- você também sabe que eu não gosto de futebol.
- eu não pedi pra você vir aqui.
pausa longa.
- eu não te amo mais.
- o que me importa? eu também não.
- viu, era melhor vocês terem se calado antes que começasse.
- agora já foi e eu também vou.
- vou com você, posso?
- tanto faz.
Gabriella sai sem dizer mais nenhuma palavra.
Cecilia se despede de Ana e Marcos e vai correndo atrás de Gabi.

um, dois cigarros e milhões de passos pra chegar
- porque você esconde que fuma?
- porque eu não acho bonito.
- você gosta dos diálogos do josé saramago?
- nunca li.
- que pena. são complicados, mas eu adoro.
- você falou sério quando disse que não amava mais a sua razão?
- é. já faz tempo, mas eu não sabia como falar.
- dai você simplesmente falou assim?
- sim. não ouviu?
- e você ta bem?
- lógico. estou bem melhor. você quer dançar?
- pode ser. aonde?
- lá em casa.
- não teria como voltar pra casa depois.
- pode dormir lá se preferir.
- ótimo, vamos dançar na frente do espelho pra variar.
- você não gosta mais? ai, eu preciso de mais um café.
- você tem saudade de nós?
- as vezes mas tento não pensar nisso.
que pergunta é essa?
- não sei. porque precisa ser tão grossa?
- me dá um abraço.
- sempre que precisar.
- acho melhor eu ir pra casa.
- porque? eu estou bem, mas se ficar sozinha não vou continuar.
- vamos pra algum outro lugar então. eu pago pra você entrar.
- você sabe que eu adoro ter você assim.
- não. eu acho que você adora se fingir de louca, mas eu adoro você mesmo assim.

mais 13 anos-

será que até lá minha alma pretende voltar?

terça-feira, 1 de julho de 2008

Debaixo do último que me restava

eu nunca tive tanto medo
estou enlouquecendo
eu que amei tanto
já não tenho nada
não sinto nada
eu estou assustada
eu não amo mais
hoje foi embora
o último carinho que tinha
e agora?
jesus, eu era movida a isso

"hey god, i dare you to say it to my face. hey god,
i'll pull you outta the sky and make you 14 again.
you'll never say another word about blame."

Grão

não posso mais levar essa pedra em seu lugar
não quero acordar, há de permanecer
esse sonho ao meu redor
os meus erros sei decor
se não continuar nunca vou saber
afinal seus traumas vão esconder minha verdade
eu preciso arrancar essa flor
mentira é o que você contou sobre esse amor

segunda-feira, 30 de junho de 2008

90

Cálculo nenhum faz meu estilo
Eu não estou contando as horas
Nem o tamanho dos passos que devo dar
Nem quando devo voltar, ou continuar
Eu apenas sinto demais
Mesmo que agora eu não tenha dor
É por isso que não consigo reagir
Movida por meus sentimentos
Eu vou e prefiro voar
Não sei chutar essas pedras no caminho
Gosto dos pássaros
Que vem me acompanhar

domingo, 29 de junho de 2008

Acabou Chorare

Eu só queria que estivesse protegida, como sei agora que está
Mesmo com o que eu vi, mesmo o que eu ouvi
e mesmo sem perdir perdão, eu perdoo
Nada vai explicar o que eu senti
Nada vai voltar a ser como já foi
Mas daqui pra frente tudo está disposto a ser melhor
Porque agora eu sei, agora eu sei bem
Que eu não te quero nenhum mal

Nada que faça sentido pra mim

Sem querer um novo olhar
Vendo a beleza tomar conta de outras histórias
Deve ser meio plastificada ainda
Isso logo vai mudar e se voltar contra mim
Obrigando que eu faça parte desse sonho
Vamos sofrer
Vão mastigar nossos dias com gosto
Como já vi alguns
Mas de novo poderá ser bem maior
Eu vou cuidar
E se você abusar
Se achar que eu vou saber mudar
Não se engane, meu bem

Tomou o Lugar

Agora não sinto a pena que atravessava sua pele me machucar
Eu já não vou mais me arrepender, não foram erros
Foram eu e meus sentimentos entregues e expostos a ele
Que susto! A respeito de que? Meu eu
Não vou enganar ninguém, não vou deixar ninguém
Minhas lágrimas não tem mais seu nome
Nenhum outro, não há dor pra que exista
Não há amor
"Chego a mudar de calçada quando aparece uma flor"
É a falta de mimos, o excesso de solidão
Mas o que importa agora cá, é um tremulo foda-se
Que eu mando à você e aos outros
Porque tudo foi embora
Hoje eu sou apenas aquilo
Assim entregue aos meus fantasmas
Caminhando através da fumaça e dos meus poros
Sem me lembrar de nada
Abafando a voz que transformou em vida o que eu tinha aqui
Dentro acalentando meu peito cheio de mágoas
Que um dia uma das pedras que você atirou em direção a ele
Empurrou meu coração e tomou o seu lugar

sábado, 28 de junho de 2008

Conto Contigo Pela Madrugada

O Passado sempre é melhor que o Presente
Pelo menos aparenta ser
Mas cria a imagem de que o Futuro será o auge na sua vida

O Passado se veste com as roupas perfeitas
Ele correu pra longe mas as vezes volta e acaba transformando
A sua visão do que tudo virou e o que virá

Sabe como tudo parece muito pior no momento pelo qual passamos
Depois qualquer coisa pode ser posta como normal, e até melhor
Eu sei que esse texto pode ficar uma bosta, mas é apenas um pensamento

Talvez eu consiga terminá-lo, mas parece que não
Hoje as coisas parecem mais claras e simples para o que já é antigo
Hoje é como se num toque de mágica eu tenha aprendido a resolvê-las

Mas também, agora, eu não sei lidar com o que me atinge
Aposto que daqui a pouco tempo eu vou aprender a correr até as saídas
O grande problema é que eu tropeço demais, e me perco demais

Percebo que o Tempo é o líder da vida
Ele acaba e começa com tudo, não pode ser mudado
Se não os dias aqui provavelmente estariam contados

terça-feira, 24 de junho de 2008

ão-

se de alguma forma você puder me tocar
eu agradeceria ao diabo por ter te trazido pra cá
e por sua carne ter apodrecido de novo
quando eu pedi pra que parasse de querer
na ponta de um termômetro te encontrar
o meu caderno está vazio pela facilidade que encontrei
venha que vamos rabiscar nosso pranto num papel

ô inspiração! contradição. ai meu coração!
comete uma oração, fingindo que é canção
pra acabar o desespero dessa paixão

Nenhum

estalos na escuridão de meus pensamentos
berrando pra que eu fuja daquele passado
guardando o último pingo de inocência e esperança
que restam prum futuro qualquer

um método de escape perdido pelo medo
a solidão que as vezes é tão boa companhia
eu acho que nem sinto mais
quando eu piso pelas roupas sujas espalhadas
os legumes podres dentro da geladeira
sem uma gota pra beber

a gengiva machucada
e esse branco todo irritante
hoje eu vou escrever sobre qualquer coisa
pra arrancar

tosse, febre, despertador
sem dinheiro pra comprar
sem força pra procurar
eu quero que esse som aumente mais o volume
os carros que embaixo passam, correm, batem
como diz a adriana: pra que?
achei que fosse morrer

não sei como vou ficar
sem ter você aqui de novo
as vezes eu prefiro nem pensar
mas não tem como esconder
que é óbvio o quanto sou incompleta
e as noites serão claras demais

não diga que preferia que não
que eu seria bem melhor sem você por perto
não sei quem eu seria
não sei quem sou
todo mundo se machuca
mas eu não seria capaz

um passo pra frente pra reviver
seria mais pesado do que aquele dia que eu chorei
eu já não sofro mais
sou a preguiça em pessoa
e não há o que me motive a sair daqui
sem a certeza de que dará

um branco no preto, um vermelho com amarelo
e o azul? e o verde? eu gosto do roxo nos teus olhos
nenhum sonho será concluido por enquanto
pra nenhum de nós

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sem Voz

foram os passos de pés lógicos
que te fizeram tropeçar num longo período de razão

são os buracos que você caiu que provavelmente te façam ver
que nem tudo é tão obvio quanto você grita

minha mão mesmo que chore os seus erros, meu erro
foi te segurar, mas antes do alcance você já pertencia ao vácuo
das mentiras que o inimigo criou

meu coração lá de cima implorou que pulasse
porque juramos o eterno
os pés de passos lógicos não deixou

e você morreu sem mim
estive de luto mas agora sento em praças
pra cantar meu desabrigo aos que prestigiam uma farsa

eu sou aquilo que você criou, inimigo
sem o alimento de meu peito hoje vazio
eu sou o óbvio e o que criarem pra mim

eu sou a farsa do que eu sou
eu não tenho voz
estou viva sem viver

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Bipolar

Quero, logo desisto
Choro, logo sorrio
Gosto, logo enjôo
Penso, logo esqueço
Bato, logo acaricio
Morro, logo sobrevivo
Grito, logo silencio
Acordo, logo durmo
Visto, logo troco
Vivo, logo necessito
Sonho, logo apanho
Odeio, logo... logo
Amo, logo acaba

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A Deus.

- Sinto muito em te avisar mas sua respiração foi roubada e não há saídas.
Nenhum sol que você encontre aí dentro vai nos salvar dessa perda.
Mas eu prometo que suas palavras estarão presentes nos meus raios de lembrança.
E peço perdão pela desculpa que pedi na primeira vez que te amei.
Não posso negar que suas fotos estão guardadas e que elas vão continuar onde estão.
Não precisarei de solídos pra lembrar de um sentimento sem concreto.
Dessa vez, amor, a felicidade não conseguirá alcançar nossas mãos para juntá-las.
Posso reconhecer as flores com espinhos que brotei no seu peito, mesmo murchas.
Enquanto isso, eu rego as minhas todos os dias, e elas ainda estão coloridas.
A segunda vez em que minha boca encontrou a sua, será eterna.
Os nossos arrependimentos, eu vejo que perderam a força com você.
Faz algum tempo que você se tornou apenas isso.
Eu pedi à chuva que trouxesse você, mas só me entregaram lágrimas.
Sou eu que vou continuar plantada nesse mundo representando a flor que nós cravamos juntos.
A única juntos, trazendo o ar para duas pessoas perdidas.
Mesmo que nesse mundo ninguém vá compreender a importância e eu logo vou estar com você.
Todo xadrez e cada cigarro que eu vestir será sobre um coração parado.
Desculpe por não ter lágrimas pra chorar por ti, mas depois daquela chuva veio o inverno.
Posso agarrar sua mão? Claro, você nem me vê mais.
O pranto que se encaixa hoje tão bem em meu peito, vai ser um beijo de adeus.

Inferno

Aqui já não há
Tantos tão velozes que passarão
Talvez pra sempre, esperamos que
Tudo volte, que machuque e que sorria
Fui chamada de Saudade
Não tenho identidade
Não fosse nada
Olhando durante esse tempo
Em que as músicas tocam
Não vejo
Não me interessa
Não sou
Não peça pra eu aceitar
Aqui já não há
Tempo
Mas eu envelheço
Sem crescer
Nem diminuir
Não confio no escuro
Não acredito no silêncio
Tristeza é o que não falta
Pra esse mundo me doar
E eu voltar pra cá

domingo, 8 de junho de 2008

Meu Grão de Amor

uma parte é só o acaso e não sorte
sem o nosso conforto
nada silencia e faz parar
os dias chegam mesmo sem paixão
toda sou o acaso e não sorte

"que você pega, esfrega, nega
mas não lava
quero brincar no teu corpo feito bailarina"

não sou mais nada
nem seu silêncio, nem sua saudade
eu quebrei as minhas asas
e os nossos lindos cachorrinhos
é uma estrela que você quer apagar
do meu desenho, uma luz

foi melhor do que eu sempre soube
meus olhos já não saem do mar
me diga como é que devo partir
"depois de tudo ainda ser feliz"
eu disse "just hold on to me
with you i wait to be born again"

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Não Foi Em Vão

Insisti o suficiente para estar bem cansada, mas eu sou viciada em você.
Não me atrai viver enquanto sei da sua tristeza, quero mudá-la.
Não posso, não me deixa nem palavras.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Radiohead

I will eat you alive
I will eat you alive
and there'll be no more lies

I wanna be beside her, she wanna be admired.

Tudo que há de mais maravilhoso vai acabar da pior forma, impossivel pra quem vive imaginar.
Infelizmente, há aqueles que pensam que são melhores.
Encontro poesia nas minhas feridas.
Infelizmente, há aqueles que pensam que são piores mas querem o melhor.
Já que estou morta, não sinto.
O que não há é a escolha pra não pertencer a nenhum dos dois grupos.
Espero a hora certa pra voltar.
Todo mundo quer vencer, a maioria vai perder.
Espero a hora certa de me esconder.
É, só não tinha o que fazer e vim pra cá escrever.
Alguma coisa tirada da minha mente embaralhada.

Ein, o que um médico faz quando o coração pára
mas o cérebro não pára jamais?
Que besteira, calada.

Sorte e azar

"já notei, o mundo não foi feito pra mim
vivo só pra me arrepender
de eu não ser do tipo que diz
sem querer"

Anormal.

A profundidade da separação, depois de todos os ricos que a gente corre e continua na corrida. Depois de qualquer sentimento entregue. Uma profundidade extrema e burra para só cairmos num abismo ainda mais profundo. Perdendo todo o afeto conquistado e deixando a imagem do futuro embaçar novamente, deixando aquele antigo imaginado. Deixando de moldar o carinho nas variadas formas que ele tem. Seriam dias desperdiçados e essa burrice tão humana que me deixa assim tão cansada de ter que ser muito humana evitando ser enlatada e colocada num congelador.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

a conversa que eu esqueci

vermelho em preto e branco
o papel, caneta e a mão
raios em olhos fechados
cóssegas nas orelhas
radiohead sem explicação
poker
três dentes, num tapa
-porque fez isso?
-ficou louca?
melhor calar
black alien
um lábio grudado em outro
sangue
um dedo pra proteger
sangue
- que merda é essa?
tira isso, que inferno!
- nem a pau.
sem força pra demonstração
insatisfação
- olha minha boca.
- uhm
um minuto... dois...
- nossa!
PRETO
luz forte, caminho
- ai, vou morrer.
- cala a boca.
do jeito que é grosso
não vou poder me despedir
melhor calar e esperar
- vamos.
- não, por favor.
lágrima
- preciso comer.
pão e cheddar
mais um, e outro
- vamos
- ta
chegando lá
desconhecidos demais
silêncio meu, barulho demais
escândalo
escutei uma conversa
pônei? unicornio?
- ta se sentindo deslocado?
- muito. ainda bem que tem cerveja.
preciso lembrar disso depois, sei que não
merda, nunca vou escrever
porque não tenho papel?
bom, vou falar afinal
uma festa, desconhecidas
- olha minha boca, ta assim faz um tempão.
- sério? então médico.
- ah, não tanto assim.
- quanto?
- uma hora.
- ah, já melhora.
rostos tortos
um desenho escondido
meu silêncio
seu escândalo!
aaaaaaaah, inferno!
taxi, por favor
cigarro, um minuto... dois...
cama e pesadelo só

domingo, 25 de maio de 2008

que merda.

que merda é essa de amor?
o que todo mundo diz pra sempre
e esperam que de uma hora pra outra
vá sumir, acabar
fingir que nada aconteceu
sustentar as mágoas, pra não voltar atrás
como se acabar com ele já não fosse contradição
que merda é essa de amor?
o que ninguém entende que o amor tem várias formas
que um dia você se entrega e no outro não vai andar de mãos dadas
mas pode continuar abraçando todos os passos dados
que esquecer pode não ser terminar
que terminar pode não ser esquecer
que esquecer é a palavra errada
que quando digo que amo, assim por conta própria
eu sou de quem souber aceitar, como quiser
como eu quiser, como alguém quiser
quando aceitar, quando aceitar

Na cinza das horas-

Toda hora um modo novo de viver e voltar a me estragar
Todo dia um cansaço de matar e a solidão pra acabar
Hoje há apenas vontade de não voltar atrás, é o fim
Ontem é uma mentira que inventaram por mim
Amanhã vamos fingir que qualquer coisa nesse mundo
Será melhor por um segundo
Ano passado é a estrela do topo da minha árvore de natal
Agora vou me esconder, ouvir bossa, coisa e tal

Wood

As olheiras que quer me dar de presente
Nunca sonhei com o nosso nunca como ele é
Vou beijar sua insônia e acordar cedo
Colocar seu vício na mesa pra você aguentar
Tocar Soko ou qualquer coisa assim pra variar

Perdeu

seja agora apenas minha inspiração pra escrever tudo aquilo que mais odeia

Biscate

achei que esse amor fosse bem maior
toda nossa história inventada
é bom saber que você é bem menor
lembrar que todo mundo erra
mesmo com uma mentira bem contada
"vives na gandaia, esperas que eu te respeite"
toda vontade foi abandonada
vamos brincar com algum enfeite
tiramos da sua invenção
foi voar pro outro lado desse país
e fazer tudo que eu nunca quis nem fiz
simples é imitar e estrangular meu coração
fingir sua perfeição nunca alcançada
a despedida: jogar as lembranças fora
e voltar a correr em qualquer calçada
sem te ver, sem te ter
vai logo se esconder, começa a correr
um outro lado e um outro passado
pra ti, pra mim está acabado

terça-feira, 6 de maio de 2008

txurututuru

é um pecado
a gente assim tão separado

domingo, 4 de maio de 2008

Entrego

eu preciso arranjar algum orgulho
pra parar de sangrar por onde você costuma pisar
sou toda a verdade do que sinto
o passado e o futuro não estão por perto
te amo hoje, amanhã pode ser que sim
retorno ao ponto de partida e abraço meus velhos erros
eu entrego os passos e procuro fotografias rasgadas
meu pranto descansa em versos tortos
mas acalmar o sangue que ferve só você faz
mesmo que morto e que na luz eu não te veja mais

quinta-feira, 17 de abril de 2008

amargura

ontem vi meu amor cansado, ontem vi meu amor doente
quis conversar, não podia me calar
achei que estava surda, não podia desistir
ontem de madrugada meu amor se foi
sem se despedir, sem adeus e sem amar

someday

estado confortável de visão
sua falta de inspiração
um passo e meio
amarrar as asas
plantar os pés
no meio dessa multidão
mastigue uma banana verde
tome um gole de leite azedo
lamba um cinzero cheio
vomite sem parar por 15 dias
talvez chegue perto
de sentir o que eu sinto
quando eu chego a lembrar
preciso matar
é matar ou morrer?
dois passos inteiros
rasga o peito
maltrata um coração
não o meu
pra ele, já deu
você morreu
nós dois já foi
um dia foi
perhaps, perhaps

domingo, 13 de abril de 2008

think I was blind before I met you

eu quero um erro e uma vitória
minhas idéias de saída foram despedidas
surge o meu desejo
alguns dias atrás seria proibido
mesmo agora eu não posso alcançar
nós saimos pra dançar
e um pé não pisa no outro jamais
todos os seus goles e golpes
minha maneira de entregar
quero fazer esse vidro quebrar
até se eu me machucar
tragar cada um de seus movimentos
embaçar a janela fechada
ver a fumaça desenhando flores subir
mal conseguir respirar outro ar
e viver num êxtase
até se eu me afogar
um êxtase
que só o amor poderia explicar
mas ontem ele morreu
e deixou lembranças pra matar

domingo, 23 de março de 2008

muito mais.

trevas vieram comemorar
sairam do esconderijo prum lugar menos calar
será que assim tudo vai mudar?
eu vejo cegos cheirarem esses podres poderes
eu falo dos mudos que calam por mim, por nós
eu ouço burgueses parados tentando solucionar
eu toco a sede de maneiras pobres pra sobreviver
aos seus olhos tão indecentes tocados mil vezes
indecências fedem, gritam, te assustam de novo
e o acostumar nunca vai chegar
será que assim tudo vai mudar?
a surdez que incomoda mas pode salvar
intocáveis deuses modernos
criados criadores criando ordens
linda teoria, matar, orar, chorar
pecados geniais pro nosso seguro inseguro
protege quem vai, faz o resto chorar, morar
esse mundo vadio que nada pode dar
vou sentir sua alma aparecer e crescer

terça-feira, 18 de março de 2008

eu vou voltar a falar de nós dois
não há quem possa
não há rock e não há bossa
vamos tocar nosso samba
sorrir sorrisos bem vividos
ninguém vai saber viver
são os nossos mundos
gravando risos eternos
de carinhos modernos
ninguém vai saber viver

domingo, 9 de março de 2008

sonho.

vou contar quantas vezes mais?


a verdade é minha
se alguém quiser acreditar
bem-vindo


a repetição as vezes domina horas.


as mentiras são exclusivamente
o contrário do que aconteceu
e elas são tuas

o futuro veio me contar que lá vai estar
você

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

via.

do teu lado
vejo a solidão se recolher
com um sorriso
de quem finalmente
poderá descansar

só.

e eu queria um aqüário
pra nos manter unidos
sem correr perigo
e com sua imensidão
nada mais precisaria
simples é nosso amor
nossas viagens paradas
por ali, por aí
e agora a saudade só

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

música

te canto, me toca
faço letra e viro notas
nosso ruído e ritmo
danço, me enlaça em cordas
chamo a chama
queima e berra
chama que eu viro
rock, eu viro samba
samba samba!
nosso amor tem o poder
de um trompete
te chamo pra dançar
cola em mim
cola letra em mim
mas sabe já sei decor
confio nas mãos
entrego meus passos
somos jazz, samba rock
segue o batuque
com essas mãos
sigo a voz
tua energia, tua tua

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

=

tua pele,
teu sorriso,


= o meu.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

>

abandono o sono e vou me estragar...
(estancar), só.

olha lá

quero muitos zeros
dançar os teus erros
esqueço suas músicas
perdoei sem perdão
vejo arrependimento
brotar lágrimas em vão

a vontade é quem corre
grito teu nome
espera um minuto
que eu posso voar
olha lá, recomeço em mil
e abandono minhas páginas
jogadas ao chão, olha lá
que eu posso voar
esqueço tua cara
te deixo passar
costume tortura
deixo pra lá, olha lá

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Eu te amo.

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Teu paletó enlaça o meu vestido
E o teu sapato inda pisa no meu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Meus seios ainda estão nas tuas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.

(Chico Buarque)

Mas tanto faz! Já me esqueci de te esquecer
porque o teu desejo É meu melhor prazer
E o meu destino É querer sempre mais
A minha estrada corre pro seu mar...

(ao som de marisa monte - bem que se quis)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

this blind mind.

trancada dentro de alguém que eu não sou
no final me encontro sempre caindo dentro de um buraco sem fim
até eu encontrar botões na minha cabeça de rádio
canto pra mim, faço as batidas com meu coração e tento convencê-la
sempre mudo de idéia, pelo menos agora acho que mudo
nada que alguém possa explicar ou ao menos queira tentar
vamos contar, um... dois... três e já!

invisible

então vamos fingir
então vamos fazer isso ainda pior
então vamos queimar por dentro
e ver as fragilidade enlouquecer
então vamos nos calar
e esquecer todas as desculpas
esquecer todo passado e futuro
então vamos aprender nada
e nada valeu a pena

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

caí do mundo

tudo foi trocado de lugar
sem alguém pôr um só pé no chão
nada foi berrado pra variar
o mar invadiu toda a areia
o que se afogou foi a voz
que costumava ouvir cantar
meu amor, todo seu
foi só por um segundo
mas eu caí do mundo
eu não quis mais voltar
mas voltei, voltei

muito é muito pouco.

- você consegue distrair suas dores?
- o que você veio fazer aqui?
- queria te fazer uma surpresa
- você não é uma surpresa a anos
- parece mais forte do que a última vez que a visitei. bom, isso quer dizer que finalmente posso te levar a um lugar que te fará bem.
- não vou. não confio em você
- você me ama.
- acho que não. você me ama?
- ah, muito.
- então vamos. só vou porque me cansei de ficar aqui e sei que vai insistir
fomos, andamos, conversamos, dançamos na rua, e a fiz sorrir. de repente cansada perguntou onde iamos e porque nunca chegavamos. respondi:
- já chegamos a horas, meu amor. quer voltar descansar agora?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Vai minha tristeza e diz à ele

Eu lembro do abraço
O cheiro dele
Fim de noite, madrugada
Com a distância tudo é saudade
Quero te encontrar perto de todos os meus sentidos
Deixar a vontade de chorar
Ouvir sua voz
Te sentir dentro de mim
Se precisar a gente muda
Se precisar eu me mudo
Quando ver vamos cantar a vida
Mãos dadas cheias de rugas
Vamos dançar todo o sofrimento, todo o amor
E pra sempre viver nosso sorriso

amarga saudade

quero te encontrar perto de todos os meus sentidos
perto como jamais alguém sentiu
não há vida antes de qualquer sorriso nosso
minha pele pede, inteira imploro por você
e eu insisto, não me deixe morrer
não há vida antes de qualquer sorriso nosso
quando se foi o mundo me tirou toda cor
estou faminta, agora sou um bichinho e só como você
sonho com meu amor chegando
seu cabelo ultrapassa as nuvens
e me desenha um coração no céu
sonho sonho sonho mas há dias não posso dormir

Com açúcar, com afeto.

Minha foto
Foz do Iguaçu, PR, Brazil
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa

Fiz seu doce predileto.