domingo, 25 de maio de 2008

que merda.

que merda é essa de amor?
o que todo mundo diz pra sempre
e esperam que de uma hora pra outra
vá sumir, acabar
fingir que nada aconteceu
sustentar as mágoas, pra não voltar atrás
como se acabar com ele já não fosse contradição
que merda é essa de amor?
o que ninguém entende que o amor tem várias formas
que um dia você se entrega e no outro não vai andar de mãos dadas
mas pode continuar abraçando todos os passos dados
que esquecer pode não ser terminar
que terminar pode não ser esquecer
que esquecer é a palavra errada
que quando digo que amo, assim por conta própria
eu sou de quem souber aceitar, como quiser
como eu quiser, como alguém quiser
quando aceitar, quando aceitar

Com açúcar, com afeto.

Minha foto
Foz do Iguaçu, PR, Brazil
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa

Fiz seu doce predileto.