segunda-feira, 30 de junho de 2008

90

Cálculo nenhum faz meu estilo
Eu não estou contando as horas
Nem o tamanho dos passos que devo dar
Nem quando devo voltar, ou continuar
Eu apenas sinto demais
Mesmo que agora eu não tenha dor
É por isso que não consigo reagir
Movida por meus sentimentos
Eu vou e prefiro voar
Não sei chutar essas pedras no caminho
Gosto dos pássaros
Que vem me acompanhar

domingo, 29 de junho de 2008

Acabou Chorare

Eu só queria que estivesse protegida, como sei agora que está
Mesmo com o que eu vi, mesmo o que eu ouvi
e mesmo sem perdir perdão, eu perdoo
Nada vai explicar o que eu senti
Nada vai voltar a ser como já foi
Mas daqui pra frente tudo está disposto a ser melhor
Porque agora eu sei, agora eu sei bem
Que eu não te quero nenhum mal

Nada que faça sentido pra mim

Sem querer um novo olhar
Vendo a beleza tomar conta de outras histórias
Deve ser meio plastificada ainda
Isso logo vai mudar e se voltar contra mim
Obrigando que eu faça parte desse sonho
Vamos sofrer
Vão mastigar nossos dias com gosto
Como já vi alguns
Mas de novo poderá ser bem maior
Eu vou cuidar
E se você abusar
Se achar que eu vou saber mudar
Não se engane, meu bem

Tomou o Lugar

Agora não sinto a pena que atravessava sua pele me machucar
Eu já não vou mais me arrepender, não foram erros
Foram eu e meus sentimentos entregues e expostos a ele
Que susto! A respeito de que? Meu eu
Não vou enganar ninguém, não vou deixar ninguém
Minhas lágrimas não tem mais seu nome
Nenhum outro, não há dor pra que exista
Não há amor
"Chego a mudar de calçada quando aparece uma flor"
É a falta de mimos, o excesso de solidão
Mas o que importa agora cá, é um tremulo foda-se
Que eu mando à você e aos outros
Porque tudo foi embora
Hoje eu sou apenas aquilo
Assim entregue aos meus fantasmas
Caminhando através da fumaça e dos meus poros
Sem me lembrar de nada
Abafando a voz que transformou em vida o que eu tinha aqui
Dentro acalentando meu peito cheio de mágoas
Que um dia uma das pedras que você atirou em direção a ele
Empurrou meu coração e tomou o seu lugar

sábado, 28 de junho de 2008

Conto Contigo Pela Madrugada

O Passado sempre é melhor que o Presente
Pelo menos aparenta ser
Mas cria a imagem de que o Futuro será o auge na sua vida

O Passado se veste com as roupas perfeitas
Ele correu pra longe mas as vezes volta e acaba transformando
A sua visão do que tudo virou e o que virá

Sabe como tudo parece muito pior no momento pelo qual passamos
Depois qualquer coisa pode ser posta como normal, e até melhor
Eu sei que esse texto pode ficar uma bosta, mas é apenas um pensamento

Talvez eu consiga terminá-lo, mas parece que não
Hoje as coisas parecem mais claras e simples para o que já é antigo
Hoje é como se num toque de mágica eu tenha aprendido a resolvê-las

Mas também, agora, eu não sei lidar com o que me atinge
Aposto que daqui a pouco tempo eu vou aprender a correr até as saídas
O grande problema é que eu tropeço demais, e me perco demais

Percebo que o Tempo é o líder da vida
Ele acaba e começa com tudo, não pode ser mudado
Se não os dias aqui provavelmente estariam contados

terça-feira, 24 de junho de 2008

ão-

se de alguma forma você puder me tocar
eu agradeceria ao diabo por ter te trazido pra cá
e por sua carne ter apodrecido de novo
quando eu pedi pra que parasse de querer
na ponta de um termômetro te encontrar
o meu caderno está vazio pela facilidade que encontrei
venha que vamos rabiscar nosso pranto num papel

ô inspiração! contradição. ai meu coração!
comete uma oração, fingindo que é canção
pra acabar o desespero dessa paixão

Nenhum

estalos na escuridão de meus pensamentos
berrando pra que eu fuja daquele passado
guardando o último pingo de inocência e esperança
que restam prum futuro qualquer

um método de escape perdido pelo medo
a solidão que as vezes é tão boa companhia
eu acho que nem sinto mais
quando eu piso pelas roupas sujas espalhadas
os legumes podres dentro da geladeira
sem uma gota pra beber

a gengiva machucada
e esse branco todo irritante
hoje eu vou escrever sobre qualquer coisa
pra arrancar

tosse, febre, despertador
sem dinheiro pra comprar
sem força pra procurar
eu quero que esse som aumente mais o volume
os carros que embaixo passam, correm, batem
como diz a adriana: pra que?
achei que fosse morrer

não sei como vou ficar
sem ter você aqui de novo
as vezes eu prefiro nem pensar
mas não tem como esconder
que é óbvio o quanto sou incompleta
e as noites serão claras demais

não diga que preferia que não
que eu seria bem melhor sem você por perto
não sei quem eu seria
não sei quem sou
todo mundo se machuca
mas eu não seria capaz

um passo pra frente pra reviver
seria mais pesado do que aquele dia que eu chorei
eu já não sofro mais
sou a preguiça em pessoa
e não há o que me motive a sair daqui
sem a certeza de que dará

um branco no preto, um vermelho com amarelo
e o azul? e o verde? eu gosto do roxo nos teus olhos
nenhum sonho será concluido por enquanto
pra nenhum de nós

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sem Voz

foram os passos de pés lógicos
que te fizeram tropeçar num longo período de razão

são os buracos que você caiu que provavelmente te façam ver
que nem tudo é tão obvio quanto você grita

minha mão mesmo que chore os seus erros, meu erro
foi te segurar, mas antes do alcance você já pertencia ao vácuo
das mentiras que o inimigo criou

meu coração lá de cima implorou que pulasse
porque juramos o eterno
os pés de passos lógicos não deixou

e você morreu sem mim
estive de luto mas agora sento em praças
pra cantar meu desabrigo aos que prestigiam uma farsa

eu sou aquilo que você criou, inimigo
sem o alimento de meu peito hoje vazio
eu sou o óbvio e o que criarem pra mim

eu sou a farsa do que eu sou
eu não tenho voz
estou viva sem viver

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Bipolar

Quero, logo desisto
Choro, logo sorrio
Gosto, logo enjôo
Penso, logo esqueço
Bato, logo acaricio
Morro, logo sobrevivo
Grito, logo silencio
Acordo, logo durmo
Visto, logo troco
Vivo, logo necessito
Sonho, logo apanho
Odeio, logo... logo
Amo, logo acaba

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A Deus.

- Sinto muito em te avisar mas sua respiração foi roubada e não há saídas.
Nenhum sol que você encontre aí dentro vai nos salvar dessa perda.
Mas eu prometo que suas palavras estarão presentes nos meus raios de lembrança.
E peço perdão pela desculpa que pedi na primeira vez que te amei.
Não posso negar que suas fotos estão guardadas e que elas vão continuar onde estão.
Não precisarei de solídos pra lembrar de um sentimento sem concreto.
Dessa vez, amor, a felicidade não conseguirá alcançar nossas mãos para juntá-las.
Posso reconhecer as flores com espinhos que brotei no seu peito, mesmo murchas.
Enquanto isso, eu rego as minhas todos os dias, e elas ainda estão coloridas.
A segunda vez em que minha boca encontrou a sua, será eterna.
Os nossos arrependimentos, eu vejo que perderam a força com você.
Faz algum tempo que você se tornou apenas isso.
Eu pedi à chuva que trouxesse você, mas só me entregaram lágrimas.
Sou eu que vou continuar plantada nesse mundo representando a flor que nós cravamos juntos.
A única juntos, trazendo o ar para duas pessoas perdidas.
Mesmo que nesse mundo ninguém vá compreender a importância e eu logo vou estar com você.
Todo xadrez e cada cigarro que eu vestir será sobre um coração parado.
Desculpe por não ter lágrimas pra chorar por ti, mas depois daquela chuva veio o inverno.
Posso agarrar sua mão? Claro, você nem me vê mais.
O pranto que se encaixa hoje tão bem em meu peito, vai ser um beijo de adeus.

Inferno

Aqui já não há
Tantos tão velozes que passarão
Talvez pra sempre, esperamos que
Tudo volte, que machuque e que sorria
Fui chamada de Saudade
Não tenho identidade
Não fosse nada
Olhando durante esse tempo
Em que as músicas tocam
Não vejo
Não me interessa
Não sou
Não peça pra eu aceitar
Aqui já não há
Tempo
Mas eu envelheço
Sem crescer
Nem diminuir
Não confio no escuro
Não acredito no silêncio
Tristeza é o que não falta
Pra esse mundo me doar
E eu voltar pra cá

domingo, 8 de junho de 2008

Meu Grão de Amor

uma parte é só o acaso e não sorte
sem o nosso conforto
nada silencia e faz parar
os dias chegam mesmo sem paixão
toda sou o acaso e não sorte

"que você pega, esfrega, nega
mas não lava
quero brincar no teu corpo feito bailarina"

não sou mais nada
nem seu silêncio, nem sua saudade
eu quebrei as minhas asas
e os nossos lindos cachorrinhos
é uma estrela que você quer apagar
do meu desenho, uma luz

foi melhor do que eu sempre soube
meus olhos já não saem do mar
me diga como é que devo partir
"depois de tudo ainda ser feliz"
eu disse "just hold on to me
with you i wait to be born again"

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Não Foi Em Vão

Insisti o suficiente para estar bem cansada, mas eu sou viciada em você.
Não me atrai viver enquanto sei da sua tristeza, quero mudá-la.
Não posso, não me deixa nem palavras.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Radiohead

I will eat you alive
I will eat you alive
and there'll be no more lies

I wanna be beside her, she wanna be admired.

Tudo que há de mais maravilhoso vai acabar da pior forma, impossivel pra quem vive imaginar.
Infelizmente, há aqueles que pensam que são melhores.
Encontro poesia nas minhas feridas.
Infelizmente, há aqueles que pensam que são piores mas querem o melhor.
Já que estou morta, não sinto.
O que não há é a escolha pra não pertencer a nenhum dos dois grupos.
Espero a hora certa pra voltar.
Todo mundo quer vencer, a maioria vai perder.
Espero a hora certa de me esconder.
É, só não tinha o que fazer e vim pra cá escrever.
Alguma coisa tirada da minha mente embaralhada.

Ein, o que um médico faz quando o coração pára
mas o cérebro não pára jamais?
Que besteira, calada.

Sorte e azar

"já notei, o mundo não foi feito pra mim
vivo só pra me arrepender
de eu não ser do tipo que diz
sem querer"

Anormal.

A profundidade da separação, depois de todos os ricos que a gente corre e continua na corrida. Depois de qualquer sentimento entregue. Uma profundidade extrema e burra para só cairmos num abismo ainda mais profundo. Perdendo todo o afeto conquistado e deixando a imagem do futuro embaçar novamente, deixando aquele antigo imaginado. Deixando de moldar o carinho nas variadas formas que ele tem. Seriam dias desperdiçados e essa burrice tão humana que me deixa assim tão cansada de ter que ser muito humana evitando ser enlatada e colocada num congelador.

Com açúcar, com afeto.

Minha foto
Foz do Iguaçu, PR, Brazil
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa

Fiz seu doce predileto.