quinta-feira, 28 de junho de 2007

No Meu Mundo

Nada é melhor do que o frio
Que congela o sorriso
Num rosto pálido
Transforma em botão
O nosso abraço quente
Andam de mãos dadas
Os melhores amigos
Abraço quente e dia frio
Pra toda eternidade de nós
Que preferimos o gosto do café
O tango, o xadrez e o perfume

terça-feira, 26 de junho de 2007

Carry on, carry on

poder sentar no chão gelado no inverno
tirar os chinelos e cortar os pés nas pedras
da minha solidão discretamente posta ao meu lado
eu a agarrei, arranhei com as unhas que hoje estão roidas
prometo cantar pra ti bohemian rhapsody
eu vou gravar no cd quanto couber e tu não vais esquecer
um dia eu quis aprender a tocar algum instrumento
como queria ferir teus timpanos, cansar tua voz
arranjar alergias, tomar remédios, conviver com a dor de cabeça
andar de chinelos, ter unhas roidas, vestibular, preguiça
vagabunda. me ensinem a sorrir, queridos
meu sorriso fugiu de mim, assim como as lágrimas
e meus amores. ninguém aguentou, nem vão
resumindo bem eu só contaria do meu saco cheio
da minha vida tão sem graça e minhas decepções
no final das contas eu sou apenas decepção
sem ter nada de interessante pra contar

(a foto é só pq eu acho linda mesmo. nada ve com nada. picasso)
"Is this the real life-Is this just fantasy-Caught in a landslide-No escape from reality-Open your eyesLook up to the skies and see-Im just a poor boy,i need no sympathy-Because Im easy come,easy go,A little high,little low,Anyway the wind blows,doesnt really matter to me,To meMama,just killed a man,Put a gun against his head,Pulled my trigger,now hes dead,Mama,life had just begun,But now Ive gone and thrown it all away-Mama ooo,Didnt mean to make you cry-If Im not back again this time tomorrow-Carry on,carry on,as if nothing really matters-Too late,my time has come,Sends shivers down my spine-Bodys aching all the time,Goodbye everybody-Ive got to go-Gotta leave you all behind and face the truth-Mama ooo- (any way the wind blows)I dont want to die,I sometimes wish Id never been born at all-I see a little silhouetto of a man,Scaramouche,scaramouche will you do the fandango-Thunderbolt and lightning-very very frightening me-Galileo,galileo,Galileo galileoGalileo figaro-magnifico-But Im just a poor boy and nobody loves me-Hes just a poor boy from a poor family-Spare him his life from this monstrosity-Easy come easy go-,will you let me go-Bismillah! no-,we will not let you go-let him go-Bismillah! we will not let you go-let him goBismillah! we will not let you go-let me goWill not let you go-let me goWill not let you go let me goNo,no,no,no,no,no,no-Mama mia,mama mia,mama mia let me go-Beelzebub has a devil put aside for me,for me,for me-So you think you can stone me and spit in my eye-So you think you can love me and leave me to die-Oh baby-cant do this to me baby-Just gotta get out-just gotta get right outta here-Nothing really matters,Anyone can see,Nothing really matters-,nothing really matters to me,Any way the wind blows...."

sábado, 23 de junho de 2007

Funny Bunny

Hoje eu só queria terminar o dia no teu abraço
E amanhã continuar colorindo tuas loucuras de sempre

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Solidão

"Solidão é lava que cobre tudo
Amargura em minha boca
Sorri seus dentes de chumbo
Solidão palavra cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão
Desilusão, desilusão
Danço eu dança você
Na dança da solidão
Caméllia ficou viúva, Joana se apaixonou
Maria tentou a morte, por causa do seu amor
Meu pai sempre me dizia, meu filho tome cuidado
Quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado

Quando vem a madrugada, meu pensamento vagueia
Corro os dedos na viola, contemplando a lua cheia
Apesar de tudo existe, uma fonte de água pura
Quem beber daquela água não terá mais amargura."

palavrinha bonita do inferno, nao?

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Concha

Cortem minhas asas sem anestesia
Eu quero ver sangrar hipocrisia
em pele de puro passarinho recém-nacido
Eu vou bicar o chão
e levantar minha asinhas pro céu
Agradecendo ainda respirar
E a hipocrisia acredita saber sorrir
Faz graça e perde, bem veloz
Vai se agachar e lamber os dedos
com unhas mal cortadas, tanto faz
Remédios que te encaixam
Obrigando a falta da poesia bruta minha
Flor de vaso que já não alcanças mais
Sem cheiro, gosto e cor
Sem vida

Quebrei o ovo
mas me impuseram concha
Caminho de braços dados à poesia
Nunca má acompanhada
Vem doçura, tristeza e loucura

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Vermelho

Me arranha o peito
Destrói os discursos
Não suporta os passos
da minha dança louca
no paraíso capital
Me amarra e solta
Dou pirueta em sua volta

A bailarina dança
e após seu último show
vamos fugir pra longe
Ela de Chaplin e eu de Caetano
Flor entre os dentes, sangra
Escorre pelo canto comigo
acompanha a música
Me encanta criança
teu desespero
ainda guardo na gaveta
Encolhe os poros e corre, meu bem.

Cadê a cura?


poisé, to aqui, insistiram tanto pra eu vir
não deu pra evitar. juro que tentei
mas acabei pulando de cabeça
como se fosse encarar uma piscina gelada
perdão pra aqueles que prefiriam que não
assim como eu. ironia, feladaputa! desgraça
eu atiro pro zero de um coração já morto

Companhia

folhas brancas, sem linhas tortas, sem linhas retas me dominam.
estrangula o sentimento amargo do dia e esvazia logo, que faz noites
que eu não desgrudo de vocês e eu imagino quão irritante deve ser.
continuo aqui e sempre volto pra te arranhar, rabiscar
minhas companheiras. sem esquecer a caneta preta amiga, ciumenta.

domingo, 10 de junho de 2007

havia o mundo e nós dois

esquece e relembra. é o tempo quem destrai o pensamento. pra onde te levou? pro cheiro dos livros, pras fotografias recortadas, discos empoeirados, onde encontro você. e as promessas... vida de contradições. vida é contradição. não chovo, nem você chove mais. tempo pra fugir da tristeza. não, não é nada pra mim. um dia vai ficar pra trás distraindo o tempo. é o tempo quem distrai o sentimento. fazendo trilhas de flores amarelas que sempre murcham antes de eu alcançar. tentando me confundir. já esta feito. risco sinonimos de desculpa junto a própria do meu dicionario. vão dizer que pouco adiantou. o mundo das idéias. mundo de mentiras na luz. confusão, contradição. quase aquilo que sempre evitei. sem erros qual é a graça? me conta. enganos, mundo. mundo de enganos. posso apostar, eu ainda vou me desculpar por aqui. o tempo que molda a vida, perdido no ar. distraido de mim e de ti. ninguém vai escutar. vai passar e se moldar e você nem vai ver. tic-tac, tic-tac. de ponta cabeça, quebra.

"não é pra me gabar mas rio do que faço. eu devia chorar. eu sei o mal que fiz. já está feito. mas lhe pedi perdão, por ser assim. e o coração que tenho no peito não quer acreditar. já nem estou mais aqui, nem em qualquer lugar. lá vai se embora meu mundo sem mim... o que há de errado em ser tão errado assim?já vou saindo, não precisa empurrar..."

Carinho

- Amor, quero carinho.
- Mas benhê, ainda não tenho din din pra te dar um.
Qualquer dia nóis se arranja e compra um.

sábado, 9 de junho de 2007

When The Telephone Rings


- voce sempre chora, quando eles acabam?
- é. pq o telefone toca?
- o telefone?
- é
- porque alguém liga, oras bolas.
- mas ele precisava fazer esse barulhinho chato?
- pois é. eles não são lá muito simpáticos mesmo.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Ainda Bem

Eu monto uma cabaninha de pano pra gente se esconder
Pra poder te ver rolar do meu lado, até roncar
Deito no teu abraço, as lágrimas que molham a blusa cinza vão secar
Mas eu prometo que não vou deixar
Corre pra ver e aplaudir. Não esquece o lencinho em casa
A dança envergonhada, as risadas bobas, os carinhos...
Os nossos sonhos vão viver e eu vou ter você
Brotando um sorriso no meu rosto,
cresce flor vermelha e a gente mastiga pétalas
depois cospe amor, fogo e assobia nossas canções.





"Sou sua noite, sou seu quarto se você quiser dormir.
Eu me despeço, eu em pedaços.
Como um silêncio ao contrário. Enquanto espero escrevo uns versos,
depois rasgo. Sou seu fado, sou seu bardo se você quiser ouvir.
O seu eunuco, o seu soprano, um seu arauto.
Eu sou o sol da sua noite em claro, um rádio.
Eu sou pelo avesso sua pele, o seu casaco.
Se você vai sair, o seu asfalto
Se você vai sair eu chovo. Sobre o seu cabelo, pelo seu itinerário.
Sou eu o seu paradeiro em uns versos que eu escrevo e depois rasgo"

quinta-feira, 7 de junho de 2007

O Garoto de 43 Anos

O menino que depois de homem continou menino.
Meu destino tão desejado, planejado a tantos anos...
me arranca das mãos e rasga em mil pedacinhos, tão simples assim.
Como se nada fosse. Prefiro burrisse a ignorância.
Discursos do amor incondicional, prontos.
Esses sim faço questão de rasgar em bilhões de pedacinhos
e jogar na privada com tua merda fedendo. Puxo a descarga, lágrima e vomito.
Não minta que tudo o que eu preciso é de um lar, de comida saudável, e respirar bem.
Hoje eu preciso de paz, desgraçado.
O lixo, a merda do computador, o lápis, o papel, a vida, a dor e todo o resto que você me deixou.

Vamos lá, Liz. Tire logo da cabeça, seu destino não pertence a ti somente. Curitiba morta.
Faculdade de jornalismo, morra. Nada pertence a mim. Pertence a loucura de um velho garoto, que resolveu te atormentar hoje como de costume. Nasci da loucura e vou morrer louca, porra.
Eu quero um lugar pra me apoiar. Eu preferia nem ter vindo, nem ter tido. Nem sentido.
Eu não precisava, você sabe.

Mas eu não tenho um "lar", eu moro no escritório da minha mãe
e eu como queijo e meu colesterol vai me matar tão rápido que eu nem vou sentir
e além de tudo nem respirar direito eu posso,sou viciada em sorine porque eu adoro nescau!
E a paz? Meu sonho. Um objetivo talvez. Bom, foda-se.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Slowly to Myself

Os ossos e as veias. As voltas e os pêlos. A vida não ensina a descrever. Simplesmente sem cicatrizes, elas começam. E a roupa escorre como água pelos corpos levando prum lugar bem longe. Sem querer a saliva amarga arde na pele arranhada. O relógio não é dono, nem mesmo os anos. Salta as veias e sangra, se perde em carne. Arrancando suspiros... voam palavras. O bérro barbaro de gozo a dois sob lençóis. Estupra pensamentos! Recusa pedidos e morde, rasga os poros trançados. Mergulha fundo nos cabelos negros donos de olhos que brilham agora na paisagem mais bonita possivel. Te perde nos erros, errante. Jazz e samba? Quero Moloko sem precisar dizer.

Agradecimento ao Sr. de Botas

coitado do gato, comeu tua língua
perdeu três quilos de tanto vomitar...


que pena, mas valeu.
"valeu a pena" disse o Sr. de botas.


sábado, 2 de junho de 2007

Só Sopro


Continuo colorindo minhas paisagens
Meu amor se desencontra, me perco, te perco
Não é de sorriso, muito menos de lágrima.
Pelo menos eu sinto alguma dor
Só falta você.
Não tem falta, nem saudade.
Sem carinho, sem raiva.
Os balões só voam cheios de ar.
E agora? O que será?

Regime-Cadáver

Pro almoço
Peço um cadáver bem passado.
Pra janta um cadáver de pele clara, sem nervos, frito.
Tô de regime?
Peço uma saladinha com pedacinhos de cadáver,
sem exageros.
As almas mal passadas que eu engulo,
me encheram demais.


Parei num lugar que não é meu lar.
Um lugar de paredes verde-bebe, com lençóis combinando.
Chinelos quentinhos e camisola branca.
Me comparo hoje com os bixos que irão me comer em menos de um mês.
Mais uma vez o ciclo se repete. De cadáver à cadáver.
Os cadáveres. Meus e teus.
Um pedaço de sentimento picado no teu prato.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Vermelhos Assustados e Cinzas Calmas

Do exagero à doença
Do cigarro ao pó
e do pó do cigarro, fumaça.



Luzes refletidas no chão molhado da pequena cidade em junho.Cachecóis, luvas e cinzas. Descolorida de luzes fracas. Amedontra passos.Notícias. Silêncio e aroma. Vermelhos e cinzas. Sangue e fumaça.Do exagero a doença. Do cigarro ao pó. E do pó do cigarro, fumaça.

"Fumar causa câncer na laringe."


*obs: detesto cigarro.

O Pé e o Peixinho Colorido (pira)

Um dia qualquer de verão a água do mar cobria meus pés
e quanto mais eu andava ela se aproximava do meu joelho, claro.
Parei para observar a linda visão incomum em minha vida de estudante urbano,
logo ouvi alguém gritar "ei, ei! você ai? poxa vida! me responde!"
olhei em volta, ninguém tão próximo que eu pudesse estar ouvindo com tanta perfeição.
Achei meio estranho mas mesmo assim resolvi me sentar ali,
aproveitar o sol de final de tarde de verão e a praia sozinha. Me sentei na areia molhada que agora a água salgada cobria quase todo meu peito e
então ouvi um grito agudo com uma voz diferente das que ouvimos por ai em televisões ou no trabalho.
Aquela voz me lembrava alguém querido e de novo ela dizia "eiiiiii! você ai?!".
Olhei para os lados novamente e nada,
ninguém que pudesse estar falando comigo naquele momento.
Descansei a cabeça depois de vira-la muito rapido varias vezes para o lado a procura da voz e então vi um peixinho bem próximo de meus pés.
O peixe dava voltas e voltas em volta da minha perna e eu fiquei observando-o por algum tempo.
Ouvi de novo o grito e tive a certeza de que era aquele pequeno peixe colorido que gritava comigo, achei que estava louca.
Olhei em volta e ninguém de novo.
Tive certeza quando olhei de novo e percebi que olhava para meus pés e gritava:
"Poxa vida, eu não entendo. Porque não me responde?
Sempre vejo muitos de vocês por ai, ainda mais nessa época do ano.
Sempre acompanhados de suas esposas. Além do mais também tenho o costume de cumprimentar as pessoas assim como todos os outros que conheço que vivem por aqui. Até os mais violentos me cumprimentam. Mas você nem violento é, tem 5 cabeças pra pensar e não sabe nem dizer um olá? Não aguento mais!" e vi aquele pequeno bixinho se afastar.

Com açúcar, com afeto.

Minha foto
Foz do Iguaçu, PR, Brazil
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa

Fiz seu doce predileto.