- Sinto muito em te avisar mas sua respiração foi roubada e não há saídas.
Nenhum sol que você encontre aí dentro vai nos salvar dessa perda.
Mas eu prometo que suas palavras estarão presentes nos meus raios de lembrança.
E peço perdão pela desculpa que pedi na primeira vez que te amei.
Não posso negar que suas fotos estão guardadas e que elas vão continuar onde estão.
Não precisarei de solídos pra lembrar de um sentimento sem concreto.
Dessa vez, amor, a felicidade não conseguirá alcançar nossas mãos para juntá-las.
Posso reconhecer as flores com espinhos que brotei no seu peito, mesmo murchas.
Enquanto isso, eu rego as minhas todos os dias, e elas ainda estão coloridas.
A segunda vez em que minha boca encontrou a sua, será eterna.
Os nossos arrependimentos, eu vejo que perderam a força com você.
Faz algum tempo que você se tornou apenas isso.
Eu pedi à chuva que trouxesse você, mas só me entregaram lágrimas.
Sou eu que vou continuar plantada nesse mundo representando a flor que nós cravamos juntos.
A única juntos, trazendo o ar para duas pessoas perdidas.
Mesmo que nesse mundo ninguém vá compreender a importância e eu logo vou estar com você.
Todo xadrez e cada cigarro que eu vestir será sobre um coração parado.
Desculpe por não ter lágrimas pra chorar por ti, mas depois daquela chuva veio o inverno.
Posso agarrar sua mão? Claro, você nem me vê mais.
O pranto que se encaixa hoje tão bem em meu peito, vai ser um beijo de adeus.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Com açúcar, com afeto.

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- Foz do Iguaçu, PR, Brazil
- O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa
Fiz seu doce predileto.