segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

this blind mind.

trancada dentro de alguém que eu não sou
no final me encontro sempre caindo dentro de um buraco sem fim
até eu encontrar botões na minha cabeça de rádio
canto pra mim, faço as batidas com meu coração e tento convencê-la
sempre mudo de idéia, pelo menos agora acho que mudo
nada que alguém possa explicar ou ao menos queira tentar
vamos contar, um... dois... três e já!

invisible

então vamos fingir
então vamos fazer isso ainda pior
então vamos queimar por dentro
e ver as fragilidade enlouquecer
então vamos nos calar
e esquecer todas as desculpas
esquecer todo passado e futuro
então vamos aprender nada
e nada valeu a pena

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

caí do mundo

tudo foi trocado de lugar
sem alguém pôr um só pé no chão
nada foi berrado pra variar
o mar invadiu toda a areia
o que se afogou foi a voz
que costumava ouvir cantar
meu amor, todo seu
foi só por um segundo
mas eu caí do mundo
eu não quis mais voltar
mas voltei, voltei

muito é muito pouco.

- você consegue distrair suas dores?
- o que você veio fazer aqui?
- queria te fazer uma surpresa
- você não é uma surpresa a anos
- parece mais forte do que a última vez que a visitei. bom, isso quer dizer que finalmente posso te levar a um lugar que te fará bem.
- não vou. não confio em você
- você me ama.
- acho que não. você me ama?
- ah, muito.
- então vamos. só vou porque me cansei de ficar aqui e sei que vai insistir
fomos, andamos, conversamos, dançamos na rua, e a fiz sorrir. de repente cansada perguntou onde iamos e porque nunca chegavamos. respondi:
- já chegamos a horas, meu amor. quer voltar descansar agora?

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Vai minha tristeza e diz à ele

Eu lembro do abraço
O cheiro dele
Fim de noite, madrugada
Com a distância tudo é saudade
Quero te encontrar perto de todos os meus sentidos
Deixar a vontade de chorar
Ouvir sua voz
Te sentir dentro de mim
Se precisar a gente muda
Se precisar eu me mudo
Quando ver vamos cantar a vida
Mãos dadas cheias de rugas
Vamos dançar todo o sofrimento, todo o amor
E pra sempre viver nosso sorriso

amarga saudade

quero te encontrar perto de todos os meus sentidos
perto como jamais alguém sentiu
não há vida antes de qualquer sorriso nosso
minha pele pede, inteira imploro por você
e eu insisto, não me deixe morrer
não há vida antes de qualquer sorriso nosso
quando se foi o mundo me tirou toda cor
estou faminta, agora sou um bichinho e só como você
sonho com meu amor chegando
seu cabelo ultrapassa as nuvens
e me desenha um coração no céu
sonho sonho sonho mas há dias não posso dormir

Com açúcar, com afeto.

Minha foto
Foz do Iguaçu, PR, Brazil
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa

Fiz seu doce predileto.