Toda hora um modo novo de viver e voltar a me estragar
Todo dia um cansaço de matar e a solidão pra acabar
Hoje há apenas vontade de não voltar atrás, é o fim
Ontem é uma mentira que inventaram por mim
Amanhã vamos fingir que qualquer coisa nesse mundo
Será melhor por um segundo
Ano passado é a estrela do topo da minha árvore de natal
Agora vou me esconder, ouvir bossa, coisa e tal
domingo, 25 de maio de 2008
Com açúcar, com afeto.

- Likely Lads
- Foz do Iguaçu, PR, Brazil
- O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa
Fiz seu doce predileto.