Aqui já não há
Tantos tão velozes que passarão
Talvez pra sempre, esperamos que
Tudo volte, que machuque e que sorria
Fui chamada de Saudade
Não tenho identidade
Não fosse nada
Olhando durante esse tempo
Em que as músicas tocam
Não vejo
Não me interessa
Não sou
Não peça pra eu aceitar
Aqui já não há
Tempo
Mas eu envelheço
Sem crescer
Nem diminuir
Não confio no escuro
Não acredito no silêncio
Tristeza é o que não falta
Pra esse mundo me doar
E eu voltar pra cá
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Com açúcar, com afeto.

- Likely Lads
- Foz do Iguaçu, PR, Brazil
- O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa
Fiz seu doce predileto.