terça-feira, 22 de julho de 2008

A(o) Próxima(o)

Abre os teus armários
Eu estou a te esperar
para ver deitar o sol
sob os teus braços castos
Cobre a culpa vã
até amanhã eu vou ficar
e fazer do teu sorriso um abrigo

Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim
qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais

Vale o meu pranto
que esse canto em solidão
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas
Abre essa janela
primavera quer entrar
pra fazer da nossa voz uma só nota.

Canto que é de canto que eu vou chegar
Canto e toco um canto que é pra te encantar
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você
que explique a minha paz
Tristeza nunca mais...



Los Hermanos - Casa Pré-Fabricada

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Oração sem fé é sempre melhor ouvida-

não faz assim, meu bem
não finge que não tem
ainda motivos e carinhos
quero estampar todo meu amor
em você agora
você tem que esquecer
essa mentira mal contada
de que o amor se acabou
ansiedade me consumindo
não há por onde fugir
mas se quiser fingir
eu imploro
não faz assim, meu bem

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sweet

me divirto com os olhos de quem vê meu ao contrário
ainda melhor aqueles que se enganam
depois se esganam pra ver se sai alguma coisa que faz sentido
esqueci minha memória em cima de um livro qualquer
te ofereço o outro lado pra eu voltar logo pro meu lugar
vendo aqueles lábios carnudos murcharem depois de te tocar
os olhos preocupados em volta vão causar arrependimento nos teus
mas não vai ter volta, eu já vou ter ido
adoro ser dramática, de vez em quando, me assusto

quinta-feira, 3 de julho de 2008

wrong way-

uma, duas, três cervejas e um café com leite
muito açucar
mas a conversa não é doce
o barulho ao redor das frases mal terminadas
faz com que silencie algumas vozes agoniadas
o incrível é o sorriso que não se cala jamais
um, dois, três chicletes e um cigarro
olhos machucados pela vitória do time adversário
é melhor correr do que caminhar
assim você não chega a prestar atenção

- quer fazer o favor de parar com isso?
- com o que, meu?
- não aguento mais.
- qual a graça de morrer mais cedo?
- pra quê viver tanto?
meu psicologo diz que quando fuma se sente mais vivo.
- e você se sente também?
- ah, sei lá. eu gosto e já não consigo parar.
- dá pra vocês calarem a boca que eu não consigo escutar?
- por favor!
- vamos caminhar?
- você sabe que eu não gosto disso.
- você também sabe que eu não gosto de futebol.
- eu não pedi pra você vir aqui.
pausa longa.
- eu não te amo mais.
- o que me importa? eu também não.
- viu, era melhor vocês terem se calado antes que começasse.
- agora já foi e eu também vou.
- vou com você, posso?
- tanto faz.
Gabriella sai sem dizer mais nenhuma palavra.
Cecilia se despede de Ana e Marcos e vai correndo atrás de Gabi.

um, dois cigarros e milhões de passos pra chegar
- porque você esconde que fuma?
- porque eu não acho bonito.
- você gosta dos diálogos do josé saramago?
- nunca li.
- que pena. são complicados, mas eu adoro.
- você falou sério quando disse que não amava mais a sua razão?
- é. já faz tempo, mas eu não sabia como falar.
- dai você simplesmente falou assim?
- sim. não ouviu?
- e você ta bem?
- lógico. estou bem melhor. você quer dançar?
- pode ser. aonde?
- lá em casa.
- não teria como voltar pra casa depois.
- pode dormir lá se preferir.
- ótimo, vamos dançar na frente do espelho pra variar.
- você não gosta mais? ai, eu preciso de mais um café.
- você tem saudade de nós?
- as vezes mas tento não pensar nisso.
que pergunta é essa?
- não sei. porque precisa ser tão grossa?
- me dá um abraço.
- sempre que precisar.
- acho melhor eu ir pra casa.
- porque? eu estou bem, mas se ficar sozinha não vou continuar.
- vamos pra algum outro lugar então. eu pago pra você entrar.
- você sabe que eu adoro ter você assim.
- não. eu acho que você adora se fingir de louca, mas eu adoro você mesmo assim.

mais 13 anos-

será que até lá minha alma pretende voltar?

terça-feira, 1 de julho de 2008

Debaixo do último que me restava

eu nunca tive tanto medo
estou enlouquecendo
eu que amei tanto
já não tenho nada
não sinto nada
eu estou assustada
eu não amo mais
hoje foi embora
o último carinho que tinha
e agora?
jesus, eu era movida a isso

"hey god, i dare you to say it to my face. hey god,
i'll pull you outta the sky and make you 14 again.
you'll never say another word about blame."

Grão

não posso mais levar essa pedra em seu lugar
não quero acordar, há de permanecer
esse sonho ao meu redor
os meus erros sei decor
se não continuar nunca vou saber
afinal seus traumas vão esconder minha verdade
eu preciso arrancar essa flor
mentira é o que você contou sobre esse amor

Com açúcar, com afeto.

Minha foto
Foz do Iguaçu, PR, Brazil
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa

Fiz seu doce predileto.