Não há motivos para mudar
As nossas verdades serão sempre opostas
Não há motivos para ajudar
Porque eu sei que nenhum de nós vai aceitar
Agora o objetivo é construir novos sonhos
Bobos (também) para não parar
Que assim talvez até dê pra acostumar
Um grande cão com nome curto
A grama alta e uns dez anos pra perceber
Que nada disso será sonho nem verdade
É só mentira pra esquecer que hoje é uma merda
Mas que se eu me concentrasse nele
Não estaria presa num como poderia estar sendo
É só tentar não odiar
Será sempre mais simples quando não tentar embelezar
ou o contrário, amor
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Com açúcar, com afeto.

- Likely Lads
- Foz do Iguaçu, PR, Brazil
- O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa
Fiz seu doce predileto.