segunda-feira, 4 de junho de 2007

Slowly to Myself

Os ossos e as veias. As voltas e os pêlos. A vida não ensina a descrever. Simplesmente sem cicatrizes, elas começam. E a roupa escorre como água pelos corpos levando prum lugar bem longe. Sem querer a saliva amarga arde na pele arranhada. O relógio não é dono, nem mesmo os anos. Salta as veias e sangra, se perde em carne. Arrancando suspiros... voam palavras. O bérro barbaro de gozo a dois sob lençóis. Estupra pensamentos! Recusa pedidos e morde, rasga os poros trançados. Mergulha fundo nos cabelos negros donos de olhos que brilham agora na paisagem mais bonita possivel. Te perde nos erros, errante. Jazz e samba? Quero Moloko sem precisar dizer.

Com açúcar, com afeto.

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Foz do Iguaçu, PR, Brazil
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa

Fiz seu doce predileto.