quinta-feira, 7 de junho de 2007

O Garoto de 43 Anos

O menino que depois de homem continou menino.
Meu destino tão desejado, planejado a tantos anos...
me arranca das mãos e rasga em mil pedacinhos, tão simples assim.
Como se nada fosse. Prefiro burrisse a ignorância.
Discursos do amor incondicional, prontos.
Esses sim faço questão de rasgar em bilhões de pedacinhos
e jogar na privada com tua merda fedendo. Puxo a descarga, lágrima e vomito.
Não minta que tudo o que eu preciso é de um lar, de comida saudável, e respirar bem.
Hoje eu preciso de paz, desgraçado.
O lixo, a merda do computador, o lápis, o papel, a vida, a dor e todo o resto que você me deixou.

Vamos lá, Liz. Tire logo da cabeça, seu destino não pertence a ti somente. Curitiba morta.
Faculdade de jornalismo, morra. Nada pertence a mim. Pertence a loucura de um velho garoto, que resolveu te atormentar hoje como de costume. Nasci da loucura e vou morrer louca, porra.
Eu quero um lugar pra me apoiar. Eu preferia nem ter vindo, nem ter tido. Nem sentido.
Eu não precisava, você sabe.

Mas eu não tenho um "lar", eu moro no escritório da minha mãe
e eu como queijo e meu colesterol vai me matar tão rápido que eu nem vou sentir
e além de tudo nem respirar direito eu posso,sou viciada em sorine porque eu adoro nescau!
E a paz? Meu sonho. Um objetivo talvez. Bom, foda-se.

Com açúcar, com afeto.

Minha foto
Foz do Iguaçu, PR, Brazil
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa

Fiz seu doce predileto.