terça-feira, 22 de maio de 2007

Medos Secretos

Esquecer em alguns passos
Pensar nos fios acinzentados
brilhando no sol embaçado de um outono
Eu poderia esquecer ao teu lado.

Faz mais de uma semana
e você não sabe do antes e
nem do agora,
muito menos de um esperado depois.

Eu poderia esquecer detalhes
colados em minha memória ao teu lado
sem importância e com diversos medos.

Eu precisaria levantar meus erros
conhecer a força dentro de corpos não expostos em mim
crio tanto e imagino as cores.

Poderia, querida, aparecer em meus sonhos
essa noite outra vez?
Amanhã, depois, sem largar, por favor?

Com açúcar, com afeto.

Minha foto
Foz do Iguaçu, PR, Brazil
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa

Fiz seu doce predileto.