segunda-feira, 20 de outubro de 2008
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Gênio
Ah, se eu pudesse matar
Se eu pudesse matar, mataria
Enquanto sigo a regra, morro
Não vale o matar ou morrer
Ah, se eu pudesse abortar
Se eu pudesse abortar, abortaria
Enquanto vivo, nasce
Não vale nada mas amo
Se eu pudesse matar, mataria
Enquanto sigo a regra, morro
Não vale o matar ou morrer
Ah, se eu pudesse abortar
Se eu pudesse abortar, abortaria
Enquanto vivo, nasce
Não vale nada mas amo
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Com açúcar, com afeto.
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- Foz do Iguaçu, PR, Brazil
- O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa
Fiz seu doce predileto.