quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Teus Poderes

Era como fogo ardendo em veias quentes
Uma luz tão forte, imensa quanto o sol
Que apagava e acalmava nossas mentes
Pra um laço, esperando como anzol

Espero que resgate todos teus poderes
Perdidos em um grande amor sem jeito
Perdendo assim muito mais que um só

Quero que me veja estampada em todos meus defeitos
Procurando uma saída, nunca chegando a entender
Quero que me queira como o quero, inteiro e manso
Longe daqui, longe dos meus quereres

Teu jeito sustenta os meus temores
E eu peco por achar qualquer coisa porque sonho
Mas a culpa não é somente minha

Quero lembrar de alguns dos teus efeitos
Os outros hoje é melhor esquecer
Minha mente me acende outro cigarro
E toca uma daquelas milhões de músicas pra acompanhar

Com açúcar, com afeto.

Minha foto
Foz do Iguaçu, PR, Brazil
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa

Fiz seu doce predileto.