quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Esperança.

Eu me lembro de certos traumas. Aprendi a não mentir pra esconder meus erros. Talvez omitir seja um caminho mais simples. Se alguém perguntar... Eu acredito que tem gente que mente pelo fato de conseguir enganar, de conseguir a mágoa e a eterna lembrança dela mesma. Quando eu resolver crescer, quando eu souber ser gente grande, vou saber não morrer de susto. Eu vou saber olhar com outros olhos pra todos porque isso pode estragar a inocência de alguém que nunca havia cometido tal engano ou sido enganado tão facilmente. Talvez eu comece a repetir e imitar como consequência da convivência. E ainda, provavelmente, seja muito melhor pra mim. Algumas vezes as pessoas saem ilesas do tal "crime", outras não. O pior é que a gente sabe que não vai atingir apenas a nós mesmos. O pior é estar na pele de quem foi traído. Tem gente que gosta de vingança, mais ainda de machucar os outros. Mas é realmente triste ver que alguém pode ser fraco o suficiente para enganar pessoas queridas. Eu me lembro exatamente do que fiz. Eu sei dos meus merecimentos. Nenhum deles vale uma lágrima que agora possa surgir. Acontece com todo mundo mas eu vou tentar nunca machucar ninguém. Se precisar eu continuo com minhas criançices. Eu corro pra chuva pingar em mim mesmo se eu ficar doente uma semana após a brincadeira. Danço todo o tempo que puder dançar, como eu sentir vontade. Eu amo e eu prefiro estar de conciência limpa continuando o caminho de encontrar a certeza, mesmo que me façam cair várias vezes. Eu ainda tenho forças pra levantar. É essa inocência, que não traz arrependimentos que vai fazer ser diferente uma hora ou outra. A gente se rasga todo, se arranha, se mata, pra tentar de novo, do mesmo jeito. É aquela velha companheira.

Com açúcar, com afeto.

Minha foto
Foz do Iguaçu, PR, Brazil
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa

Fiz seu doce predileto.