quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sweet

me divirto com os olhos de quem vê meu ao contrário
ainda melhor aqueles que se enganam
depois se esganam pra ver se sai alguma coisa que faz sentido
esqueci minha memória em cima de um livro qualquer
te ofereço o outro lado pra eu voltar logo pro meu lugar
vendo aqueles lábios carnudos murcharem depois de te tocar
os olhos preocupados em volta vão causar arrependimento nos teus
mas não vai ter volta, eu já vou ter ido
adoro ser dramática, de vez em quando, me assusto

Com açúcar, com afeto.

Minha foto
Foz do Iguaçu, PR, Brazil
O que há em mim é sobretudo cansaço - Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A sutileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém, Essas coisas todas - Essas e o que falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Fernando Pessoa

Fiz seu doce predileto.